sábado, 17 de abril de 2010

Terra do Nunca.

Percebi que tinha acabado de acordar, ainda sonolenta me levantei e reparei que não estava em minha casa. Nem em qualquer lugar onde já havia estado. Era um lugar diferente de todos os outros, posso até dizer que era indescritível.
Não sabia o que fazer não sabia pra onde ir, mais aquele lugar me encantava. Era lindo... Um céu tão azul, o chão era de terra, uma terra fofa, macia, arvores por todos as lados de diversas formas e tipos. O lugar tinha um cheiro adocicado, talvez cheiro das flores que ali estavam, os pássaros não parava de cantar.
Olhei para mim, olhei de novo, não acreditava no que via, eu não estava mais no meu corpo habitual, minhas mãos e meus pés estavam menores, minha estatura também, minha face era delicada, minhas bochechas avermelhadas, posso dizer que estava com uma feição até angelical, eu me sentia leve, ao andar parecia que estava flutuando não pensava em nada, na minha mente não havia preocupação alguma, só vontade de descobrir, de conhecer o novo o desconhecido de saber onde estava. Foi ai que percebi que eu voltara a ser criança.
Estava em um mundo surreal, que talvez só existisse nos filmes, ou coisa parecida. Comecei a andar e ao longo da minha caminhada observei que só havia pessoas boas em meu caminho, que me mostravam o quanto eu era importante. Perdi a noção do tempo naquele lugar, eu me sentia bem, podia correr, podia dançar, podia sorrir, gritar fazer absolutamente tudo sem ninguém se importar com o que eu estava fazendo. Eu me sentia completamente feliz.
De repente uma fada apareceu em minha frente, o “serzinho” mais lindo que eu já havia visto, ela era pequenina e brilhava assim como as Fadas dos contos!
Ela me disse que já estava na hora de despertar, de voltar pro meu lugar. Perguntei a ela onde estava, e porque tinha voltado a ser criança.
Ela disse que eu não estava longe do real, estava mais perto do que eu imaginava, que eu podia visitar aquele lugar sempre que quisesse.
Eu não entendi, não sabia como voltar para lá, nem sabia como tinha ido parar lá então teimei disse que não queria voltar, queria ficar ali por mais algum tempo.
Ela me disse que eu não podia, porque não se pode ser criança pra sempre, e que eu iria descobrir a caminho para aquele lugar, que a resposta também estava em mim, era só eu procurar um pouquinho.
A fada tocou em mim, deu um doce beijo em minha face, fechei meus olhos, e quando os abri, estava no aconchego de minha casa, tinha voltado pro meu mundo.
Parei e pensei, e percebi que o que me levou para aquele lugar foi o meu medo de crescer, meu medo de enfrentar o mundo e as pessoas. Medo de não aceitarem quem eu sou, o que eu quero fazer.
Foi ai que entendi o que a fada queria me mostrar. O lugar onde estava existia dentro de mim. E o caminho para chegar até ele é nunca deixar minha alma de menina se apagar.
E aquela Fada me mostrou que não devo ter medo de crescer, não devo ter medo de ser quem eu sou!
E que mesmo crescida, posso ser uma menina, a minha alma de menina não deve morrer. Porque as crianças são puras sem maldade e elas sim, não tem medo de viver e serem felizes.
Desde dia em diante não senti mais medo do que vinha pela frente, não fiquei aflita com tamanhas responsabilidades que me rodeavam, porque eu entendi onde ficava aquele lugar, e sabia que sempre que precisasse voltaria para lá!

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